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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A Verdade Nua e Crua


Você já conhece a fórmula de uma boa comédia romântica: um homem e uma mulher que não simpatizam um com o outro à primeira vista, passam por diversos desencontros e desentendimentos, envolvem-se com outras pessoas mas, ao final da jornada, descobrem que formam o casal perfeito, beijando-se apaixonadamente ao final do filme para a satisfação de todos os espectadores.

E o fato é que, embora essa equação aparente ter chegado à saturação, plateias do mundo inteiro ainda se entretêm com produções como Harry & Sally, Uma Linda Mulher, Um Lugar Chamado Notting Hill, Juno, Sideways e Simplesmente Amor. Porque, por mais que críticos sisudos torçam seus narizes para gêneros falsamente desgastados ou produções como A Verdade Nua e Crua, o caso é histórias bem narradas sempre encontrarão seu público.

Você já conhece as regras do gênero.

Em A Verdade Nua e Crua, o casal que se digladia durante dois terços do filme é protagonizado por Katherine Heigl (de Grey's Anatomy e Ligeiramente Grávidos) e Gerard Butler (o Rei Leônidas de 300). Heigl interpreta Abby Richter, a produtora de um telejornal matutino, profissionalmente competente, mas que na vida amorosa vive uma entressafra braba, devido ao seu jeito controlador e desajeitado. Em um encontro marcado via internet, por exemplo, assusta seu pretendente elencando todas as informações a respeito dele que encontrou através do Google. Em contrapartida, Butler interpreta Mike Chadway, um apresentador de TV misógino e falastrão, que diz, sem KY na língua, que o que atrai homens de verdade é sexo, sexo e sexo (não que isso seja de todo mentira, mas enfim). O fato é que o telefone de Mike, para o descalabro das feministas, não cessa de tocar, levando a personagem de Heigl a pedir uma ajudinha para conquistar aquele que parece ser a metade de sua laranja (ou a chinela havaiana de seu pé cansado): um médico bonitão e bem-educado, recém-instalado em sua vizinhança.

Graças à influência benéfica (ou nefasta, dependendo do ponto de vista), Abby Richter passa a seguir um script meticulosamente preparado por Mike, fazendo com que o médico caia direitinho em sua lábia. Mas, ao mesmo tempo em que sua "cria" parece enfim conseguir na vida amorosa o mesmo êxito de suas atividades profissionais, o personagem de Gerard Butler parece se tocar de que está entregando de mão beijada a possível mulher de sua vida. E assim, em meio a cenas divertidas (dentre as quais destaco um singelo orgasmo em público), revelações do passado e os desentendimentos habituais em qualquer comédia romântica, o final do filme, convenhamos, não primará pela surpresa.

Como bem definiu Gustavo Gitti em sua resenha sobre A Verdade Nua e Crua, estamos aqui diante de uma
 "comédia romântica dos novos tempos".

A personagem de Heigl não é tão meiga como as personagens habituais de outras produções do gênero, e o galã personificado por Butler é mais machista e desagradável do que os mocinhos que costumam arrebatar corações na tela. Porém, paradigmas clássicos ainda não podem ser descartados de um dia para o outro. O canalha arrogante acabará revelando sua faceta sensível; e a musa da vez, embora um pouco mais boca-suja do que suas predecessoras, permanecerá cativante e adorável como uma protagonista de um filme romântico deve ser. A fórmula clássica foi ligeiramente modificada, com resultados felizes, no bom A Verdade Nua e Crua; mas é certo que você sabe de cor e salteado como funcionam as regras deste jogo.

Mas enfim, é hora de contextualizar a analogia do título deste post. Lembro de uma citação do escritor Robert Louis Stevenson, que afirmou:
"Eu viajo não para ir a lugar algum, mas para ir. Eu viajo pelo propósito de viajar. A grande sedução é se mover".
Uma boa comédia romântica é como uma dessas viagens: o destino final já é conhecido, mas a grande motivação é o ato de viajar, de se deslocar geograficamente para outro lugar, de se movimentar. Do mesmo modo, o espectador que paga ingresso para assistir a um filme do gênero já sabe que, a não ser que a comédia seja dirigida por algum cineasta dinamarquês depressivo, o casal de protagonistas acabará junto na cena final, para a satisfação de uma plateia ciente de que o que importa mesmo é a trama ou a trajetória que levará o par de pombinhos até seu almejado happy end.


PS: Desculpa o post gigante, mas eu adorei o filme e me identifiquei muito com o protagonista =D

Um comentário:

  1. é.. vc parece mesmo com ele.. e eu com ela..

    uma louca!!!


    - eu pareço desesperada?

    Put's!!!

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